Agente Cerberus: Bem-vindos ao meu mundo!

Agente Cerberus não era apenas mais um agente penitenciário (hoje, Policial Penal). Por trás da farda e da rotina, escondia-se um poeta urbano, um observador atento da realidade carcerária e um crítico ferrenho de um sistema que, em sua visão, estava cada vez mais distorcido.

Sua jornada como rapper começou de forma inusitada, no final de 2020. Confinado à rotina de um presídio, onde a realidade muitas vezes chocava-se com a visão condescendente que os meios de comunicação tem com o crime, Agente Cerberus encontrou na música uma válvula de escape e uma forma de expressar sua indignação.

Com uma caneta e um bloco de notas, começou a registrar as histórias que presenciava, as contradições que o incomodavam e as injustiças que o revoltavam. A primeira música, "Bem-vindos ao meu mundo, sou policial penal", produzida de forma caseira, longe de um estúdio profissional, era um retrato cru da realidade que vivia. A canção, apesar da simplicidade da produção, caiu no gosto dos amigos e colegas de trabalho, que o incentivaram a compartilhar sua música com o mundo.

Sem grandes expectativas, Agente Cerberus lançou sua primeira música nas plataformas de streaming. Para sua surpresa, o número de reproduções começou a crescer exponencialmente, ultrapassando todas as suas expectativas. A repercussão positiva nas redes sociais o impulsionou a continuar produzindo, e a cada nova música, mais pessoas se identificavam com sua mensagem.

Já em meados de 2022, suas letras tomaram um rumo ainda mais contundente. Com um flow incisivo e rimas afiadas, ele passou a criticar abertamente uma parcela da mídia que vitimiza o criminoso e demoniza a polícia. Suas músicas, que inicialmente se restringiam apenas a situações relacionadas ao sistema prisional, começaram a ganhar um público ainda maior com letras que enaltecem a carreira policial e motivam aqueles que se interessam em pertencer aos quadros da Segurança Pública. Dentre seus ouvintes, também há pessoas que não são da área policial, mas são admiradores desses heróis anônimos que dão a vida pela sociedade. Pessoas que veem na polícia a última barreira entre o bem e o mal.

Agente Cerberus prefere manter-se em anonimato, pois, segundo ele a mensagem é mais importante que a imagem. Ele é um homem comum que viu na música uma forma de expressar suas experiências e mostrar para os ouvintes um pouco dessa profissão que não é valorizada como deveria. Sua história é um exemplo de como a arte pode ser uma ferramenta poderosa de transformação social, capaz de despertar consciências e provocar mudanças.

(Escrito por um grande amigo)

Cerberus, na mitologia grega, era um enorme cão de três cabeças que guardava as portas do submundo. Desta maneira, ninguém poderia entrar e nem mesmo sair de lá sem permissão. Função semelhante às atribuições do Policial Penal que mantém longe da sociedade aqueles que devem pagar pelos seus crimes. Agente Cerberus é um desses guardiões, que resolveu por meio da música retratar e enaltecer essa nobre e pouco conhecida profissão.